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domingo, 12 de junho de 2011

The Gap: LACHESIS no Maranhão




Sei que ela já esteve por lá: "A surucucu é muito brava e venenosa, tem a pele pintada com simetria e ferrão na cauda. A surucucú de fogo é avermelhada, e persegue de noite quem leva fogo, e atira-se a este para apagar". É o que se lê na 'Relação Histórica da Província do Maranhão" ou "Poranduba Maranhense" de Fr. Francisco N.S dos Prazeres, capitulo XXXI, de 1819.

Desconheço se o animal faz parte da tradição oral das etnias Caru, Awá-Guajá e Kaapor, habitantes de áreas de floresta com melhor preservação.

Impossível que o Gênero simplesmente deixasse de ocorrer à partir da divisa Pará / Maranhão, como colocado por Campbel e Lammar, em Venomous Reptiles of the Western Hemisphere. Lachesis é bicho de altitude, de clima mais frio, e a Serra do Gurupi (MA) que cruza a fronteira MA/PA, e os outros complexos montanhosos adjacentes, como Tiracambu, Croeira e Itapirucu, estão em area onde o Tocantins não seria a importante barreira de dispersão que é para animais migrando de Oeste para Leste, do Para, sabidamente território de Lachesis, para os complexos montanhosos da divisa com o Maranhão.

E também  o Rio Gurupi (divisa PA-MA) não é, em trecho algum, tão largo quanto o Tocantins. Perene, não chega a ser um riacho, exceto rumo sul (4°30' Lat 5 / 47°30' Long W), onde inclusive tem outro nome, Cajuapara, 200 Km ao norte da aí sim 'intransponível' bifurcação Tocantins - Araguaia. Próximo à Rebio Gurupi, passando sob a ponte da BR-316, o Rio Gurupi tem curso médio, com 10 mts de largura na estação seca, e assim, este rio não pode ser considerado barreira de dispersão.

Os relatos de avistamentos vindos do Núcleo de Fauna do Ibama do Maranhão, e também da Superintendente Regional, Dra. Marluze Pastor, levam à conclusão que o gênero provavelmente ainda incide 1) no complexo montanhoso supra citado, entre 46-47° W e 2-5° S, na região da divisa com Pará, e também 2) naquela região próxima ao litoral chamada de "Baixada", ao norte do estado, bem como 3) mais ao interior do estado, nas vizinhanças de Itapeuru-Mirin (44°W / 3°S), em 'ilhas florestais'.

A floresta amazônica maranhense apresenta-se sobretudo em forma de "ilhas", em processo semelhante ao que associamos à Mata Atlântica. Entre essas "ilhas",  verificam-se 1) uma matriz de pastagens, 2) densidade demográfica  relativamente alta (para os padrões amazônicos) e 3) intensa atividade de  carvoaria. Como no Rio de Janeiro e Minas Gerais (Parque do Rio Doce), o animal deve ser considerado no minimo, como em extinção no Maranhão.

A coleção Museu Emilio Goeldi, Pará, não tem Lachesis coletadas no Maranhão.

Fica então faltando o exemplar.

Não achei um Centro de Informações Toxicólogicas no Maranhão. O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), um sistema do Ministério da Saúde, com atualizações de 2006 compiladas de agravos oriundos de Secretarias de Saúde municipais do Maranhão, apresenta sete notificações de acidente laquetico, e podemos assim ampliar sua 'range distribution', à despeito da falta do bicho fixado num CIAVE, CEATOX.

A o declínio populacional de Lachesis naquele estado é fruto da calamidade ambiental vigente, mais da metade da amazônia maranhense já foi derrubada 

     

7 comentários:

  1. Lachesis ocorre sim na Amazônia maranhense, principalmente nos bloco de florestas ainda em pé na REBO Gurupi e nas três terras indígenas do entorno que somam aproximadamente um milhão de hectares, apesar da sanha dos madeireiros, a luta aqui é intensa e na REBIO ainda temos muitos animais ameaçados de extinção...o ICMBio tem se empenhado muito no cuidado desta UC e tem conseguindo avanços que não eram esperados...vamos em frete. Abraço, Marco Freitas

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    1. Dr. Marco Antonio de Freitas,com um comentario destes,vindo de especialista do seu quilate, e que coincidente atua no momento na proteção da Reserva Biologica do Gurupi, creio que podemos dar como ampliada a distribuição geografica de Lachesis no Brasil. Grato pela visita. Rodrigo

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  2. Atualização, corrijo-me, não há comprovação por exemplar de Lachesis no Maranhão. Não há no acervo do Emilio Goeldi tombamento do genero oriundo da amazônia maranhense. R

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  3. Como comprovam ter ou não surucucu na área?
    Fotos? Relatos? Cobras mortas?
    Quem pesquisa isso no Maranhão?

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  4. Tombamentos (cobras mortas em coleções) em instituições locais, museus, universidades e etc. Avaliação de acidentes notificados no sistema de saúde local, notadamente os CIAVES. Contatos pessoais com pesquisadores em reservas, enfim, vai-se cercando até chegar NO ANIMAL. Não vale relato verbal. Ou só a notificação de um acidente. Erra-se muito na classificação de serpentes.

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  5. Condutores de voadeiras na região do rio Preguiças dizem haver surucucu nas matas da região.

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  6. obrigado, acredito, mas tá faltando o bicho

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